segunda-feira, 1 de junho de 2009

Peito vazio


O meu peito está vazio...já não sinto aquele frio na barriga, e começo a habituar-me à ideia de nunca te ter... o Amor está cá, sinto-o à espera que eu lhe solte as amarras novamente, tento ser forte... a segunda vez dói sempre mais. Respiro fundo.
A noite está quente, não há vento, está tudo calmo...sinto o vazio alastrar-se até à alma!
Às vezes penso de mais, não encontro um sentido para a vida, antes eras tu, agora que não és (ou não devias ser...), perdi o Norte. Não tenho tendências suicidas, não tenho pena de mim, não te tenho..."Deixa lá, quem perde é ele!" Não, quem perde sou eu, é ele, são todos os que me rodeiam.
Se eu e ele fossemos "Nós", então eu estaria feliz, e faria felizes os que me rodeiam, as minhas palavras sairiam belas e os meus olhos iriam brilhar.
O silêncio, o vazio, a noite que me abraça...falta ainda assim algo... falta alguém a dizer-me "Amo-te".
Sou imperfeita, tenho muito para aprender, não sou bela como tu, ou acho que não, mas também nunca te amei por seres belo...
Não, não devia dizer isto...já não te devia amar! Sai, vai-te embora, deixa-me chorar em paz! Porque é que quando a tristeza me invade tu apareces para me animar? Deixa-me odiar-te, esquecer-te... somos amigos, e isso magoa tanto! esse teu ar despercebido, essa tua preocupação com a minha tristeza, com as minhas lágrimas, nem sabes que são por ti, ou preferes não saber!
Reconfortas-me, fazes-me sorrir e eu baixo as defesas, e depois começa tudo de novo, aquela felicidade efémera, a saudade, a tristeza e o desespero num ciclo vicioso do qual não sei sair.
Será que um dia isto passa? Quando? e serei capaz de amar novamente? não terei medo de me entregar a um outro alguém? Preciso de me saber amada, tenho de redescobrir o meu sentido de vida...Vai-te embora, deixa-me só, triste.
Deixa-me sofrer tudo de uma vez até conseguir despedir-me de ti...

Cortesia



Palavras de cortesia...digo-as sem pensar, naquele "Olá, então? Como estás?" o meu coração quase que grita "Estava a morrer de saudades!"mas digo..."comigo está tudo bem"escondia-se um "Estou completamente de rastos. Adoro-te!"
Em cada palavra de aparente normalidade, esconde-se um turbilhão de ideias e de sentimentos oprimidos pelo meu medo de te confessar o que tu já sabes...Sim eu sei que sabes, que o Mundo inteiro sabe, mas que ninguém discute, que fica confinado às poucas confidências de mulheres!
Apareço menos sinto mais saudades, apareço mais magoo-me com a tua aparente indiferença.
Não sei o que fazer, ninguém sabe... Nada ajuda a passar a dor.
Pensei que trabalhar muito me ocupasse a cabeça e me impedisse de pensar em ti...Santa inocência a minha! Pois se és tu que me impedes de pensar no resto do Mundo...
Resigno-me às cortesias que trocamos, enquanto espero que algo mude num de nós.